Zuzuca do Salgueiro, compositor de 'Pega no ganzê, pega no ganzá', morre no Rio
29/01/2025
(Foto: Reprodução) Compositor fez, entre outros, o samba "Festa do Rei Negro', que deu título ao Salgueiro em 1971 e é um clássico da música brasileira. Zuzuca do Salgueiro
Reprodução/TV Globo
Morreu nesta quarta-feira (29) no Rio o compositor Adil de Paula, o Zuzuca, da ala de compositores do Salgueiro. Ele é autor de um clássico da música brasileira: "Festa para um Rei Negro", que deu o título para a escola em 1971. Ele tinha 88 anos e morreu em casa, na Zona Oeste do Rio.
Nascido em Cachoeiro de Itapemirim (ES) o compositor também é autor de outros sucessos como "Minha madrinha, Mangueira querida", também feita para um desfile do Salgueiro, que homenageou a Mangueira.
Mas foi "Festa para um Rei Negro" inegavelmente sua obra mais famosa. Com o refrão "O lelê, o lalá, pega no ganzê, pega no ganzá", a música também ganhou as arquibancadas de estádios do Brasil e da Europa. Entre as torcidas que entoam a melodia da música está a do Barcelona, da Espanha. Em 1995, a torcida do Flamengo adaptou a música para "O lelê, O lalá, Romário vem aí, o bicho vai pegar" quando o jogador voltou da Europa para o Rio.
O samba tinha letra menor e mais ágil que outras composições da época para as escolas de samba, marcando o espírito inovador da escola de samba da Tijuca.
Em 2015, em entrevista à série "A Nobreza do Samba", do RJ2, ele contou como o refrão surgiu. "Aí, eu to lá na Avenida Passas, aí nasceu o refrão. Andando na rua na Avenida Passos", contou, lembrando o estouro no desfile de carnaval que deu o título ao Salgueiro. "Na avenida foi o máximo", acrescentou (Veja no vídeo abaixo).
O velório do corpo de Zuzuca está previsto para começar às 13h30 No Cemitério do Pechincha. O enterro acontece às 15h30.
Salgueiro sagra-se campeã em 1971 com ´Festa para um Rei Negro´
Nas redes sociais, o Salgueiro lamentou a morte do compositor:
"💔 💔 Com imensa tristeza, recebemos a notícia da partida de um dos grandes nomes da nossa história. Zuzuca se encantou, mas sua obra e seu legado seguem eternos no coração do nosso Torrão.
Adil de Paula, o nosso inesquecível Zuzuca do Salgueiro, escreveu com talento e paixão algumas das páginas mais bonitas da nossa escola. Desde 1960 na Ala de Compositores, foi autor de sambas que marcaram gerações.
Em 1971, eternizou "Festa para um rei negro", cujo refrão ressoa até hoje em cada canto do mundo: "Pega no ganzê, pega no ganzá". E foi bicampeão com o samba de 1972 com "Minha Madrinha, Mangueira Querida" nosso famoso Tengo, Tengo! E assim, fez do Salgueiro sua morada, sua bandeira, sua voz.
Zuzuca era mais que um compositor brilhante. Era Salgueiro na alma e no coração. Como ele mesmo cantou:
"Eu sou Salgueiro, sou Flamengo e brasileiro..."
Nosso Patrono Adilsinho e nosso Presidente André Vaz expressam seus profundos sentimentos e prestam suas condolências à família, aos amigos e a toda a nação salgueirense.
Hoje, o céu ganha um poeta, e nós ficamos com a saudade e a gratidão. Obrigado por tudo, mestre! Seu samba nunca morrerá.
Descanse em paz. 🕊️❤️🎶
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